Sobre o teste de capacitores é importante lembrar que quanto menor o valor do capacitor maior deve ser a escala de medição de resistência usada e quanto maior o valor do capacitor menor poderá será a escala utilizada.
Outra consideração importante é que o capacitor deve ser descarregado antes do teste, também após cada teste.
A descarga deve ser feita para que o teste seja correto e evitar danos permanentes ao multímetro.
Para descarregar um capacitor é só colocar os seus dois terminais em curto através de uma chave de fenda ou um alicate de bico, obviamente o capacitor deve estar fora de qualquer circuito eletrônico.
Dependendo do uso e do valor do capacitor, ele pode estar muito carregado e ao colocar seus terminais em curto poderá ocorrer faíscas e um estalo, na verdade um curto-circuito.
Caso o capacitor a ser medido seja para uso com uma tensão alta e possua um valor na ordem de microfarads (uF) pode ser necessário descarregá-lo através de um resistor de baixo valor (aproximadamente 100 Ohms) e só depois os seus terminais devem ser colocados em curto.
Cuidado para não levar choques ao fazer isto, use ferramentas com cabo isolado para manusear o resistor e para colocar o capacitor em curto.
Pelo descrito, é fácil perceber que devemos utilizar a escala de medição de resistência ou Ohms para a medição e teste de capacitores.
Antes de testarmos um capacitor, é bom recordar um pouco do funcionamento de um capacitor.
Como sabemos um capacitor impede a circulação de corrente contínua e para corrente alternada ele oferecerá uma certa dificuldade.
Esta dificuldade é chamada de reatância capacitiva (XC) e dependerá do valor do capacitor e do valor da freqüência.
Ao aplicarmos uma tensão contínua sobre um capacitor ele se carregará com o valor desta tensão, para que isto aconteça uma corrente surgirá entre a fonte de tensão contínua e as armaduras do capacitor. Depois que ele estiver carregado esta corrente cessará.
Sempre que falo em capacitores, alguém me pergunta: o capacitor não conduz corrente contínua?
Realmente ele não conduz, mas quando aplicamos sobre ele uma tensão continua a tendência é que aconteça uma movimentação de cargas para as suas armaduras de forma que a armadura que está ligada no positivo tenha a mesma quantidade de carga da armadura que esta ligada no negativo, e vice-versa.
Estas cargas terão valores opostos, pois em uma armadura serão cargas positivas e na outra armadura serão cargas negativas, e estabelecido o equilíbrio cessa a corrente, e quando cessar a corrente o capacitor estará carregado.
Podemos dizer que quanto maior o valor do capacitor maior será o tempo necessário para ele se carregar e maior será a corrente armazenada no capacitor.
É bom lembrar que na escala para medição de resistência, um multímetro apresenta em suas pontas de prova uma tensão e é através desta tensão que iremos testar os capacitores, vendo a sua carga através da movimentação do ponteiro do galvanômetro.
Também é bom relembrar que quase todos os multímetros analógicos invertem a polaridade das suas pontas quando estão nas escalas de resistência.
A ponta vermelha passa a ser negativa e a preta positiva por isso deve-se ficar atento ao testar capacitores polarizados, como os eletrolíticos.
Nestes casos devemos ligar a ponta positiva com o terminal positivo do capacitor, também é bom relembrar que a escala de resistência apresenta um símbolo, que representa o infinito, de um lado e o zero do outro.
Já revistos estes conceitos vamos aos testes:
- Colocar o multímetro na escala de resistência.
- Encostar uma ponta de prova em cada terminal do capacitor.
- Observar a movimentação do ponteiro do multímetro, ele não deve marcar o valor.
- Caso o ponteiro suba e desça o capacitor estará bom, ou seja, o ponteiro subiu pois estava circulando uma corrente para carregar o capacitor, terminada a carga acaba a corrente e o ponteiro volta para a posição inicial, e quanto maior o valor do capacitor maior será o tempo que o ponteiro levará para subir e descer.
- Se o ponteiro subir e ficar parado em alguma posição entre zero e o infinito, e mesmo que comece a descer e pare, o capacitor estará com fuga, ou seja, uma corrente contínua está circulando através dele e isto já é sinal que este capacitor não está bom.
- Se o ponteiro for direto para o zero o capacitor estará em curto, portanto, também não está bom, neste caso toda a corrente fornecida pelas pilhas do multímetro atravessará o capacitor, ele não oferece nenhuma resistência, e por isto o ponteiro vai para o zero.
- Se o ponteiro não se mover o capacitor estará aberto, sem capacitância, e não estará bom, neste caso o capacitor nem chegou a se carregar e é por isto que o ponteiro nem se moveu e ficou na posição indicada por infinito.
Não é possível utilizar qualquer escala para testes, dependendo do valor do capacitor, deve-se usar escalas diferentes, observe a lista:
Para medir capacitores acima de 10000 uF use a escala X1.
Para medir capacitores entre 1000 uF a 10000 uF use as escalas X1 ou X10.
Para medir capacitores entre 100 uF a 1000 uF use as escalas X10 ou X100.
Para medir capacitores entre 10 uF e 100 uF use as escalas X100 ou X1K.
Para medir capacitores entre 1 uF e 10 uF use as escalas X1K ou X10K.
Para medir capacitores entre 100 nF e 1 uF use as escalas de 1K ou 10K ou 100K.
Para medir capacitores entre 1nF e 100 nF use a escala de 100K.
Para medir capacitores abaixo de 1 nF use a escala de 100K mas a leitura será difícil e conseqüentemente, o teste não terá precisão.
Com este tipo de teste não dá para saber o valor do capacitor, mas apenas se ele não está aberto, com fuga ou em curto.
Para saber o valor exato é necessário o uso de um capacímetro.
O que podemos fazer é pegar um capacitor, que sabemos que está bom e seja do mesmo valor do capacitor testado, e comparar a leitura no multímetro deste capacitor com o capacitor a ser testado, para isto memorize as posições em que o ponteiro para na medição de um e do outro.
Se der muita diferença entre estas posições provavelmente o capacitor em teste terá alguma alteração.
Embora as escalas de medição de resistência de um multímetro possam apresentar alguma diferença entre a máxima resistência que pode ser medida, pois a máxima resistência a ser medida depende, além do fator de multiplicação (X1, X10, etc) do fundo de escala indicado no galvanômetro, as escalas acima servem como uma boa referência para o teste de capacitores.
Alguns capacitores eletrolíticos, geralmente os de alta tensão de isolação, costumam apresentar uma certa corrente de fuga, sendo assim pode ser que em determinadas escalas o ponteiro suba e, ao descer, pare próximo ao infinito.
Se isto acontecer diminua a escala de multiplicação e veja se o ponteiro chega ao infinito, caso isto aconteça o capacitor estará bom.
Todos estes testes foram desenvolvidos com o auxílio da prática e embora possam variar um pouco de multímetro para multímetro, sempre serviram e servirão para testar capacitores.
É interessante que ao adquirir um multímetro se escolha um que tenha várias escalas de medição de resistência e seja capaz de medir valores máximos de 50M ohms para cima.
Para saber qual a maior resistência que um multímetro é capaz de medir basta ler o maior valor da escala de resistência e multiplicar pela maior escala.
Tome como exemplo:
Fundo de escala = 5K ohms
Maior escala = X10K
Maior resistência que pode ser medida = 5K x 10K = 50 M ohms.
Ao realizar as medidas não encoste as mãos nas partes metálicas das pontas de prova, nem nos terminais dos capacitores, pois isto alterará as medições e testes.
0 comentários:
Postar um comentário
Favor Se Cadastrar Para Comentar. Não Use Palavras de Baixo Calão, Não Ofenda Ninguém. Não Faça Racismo. Obrigado